A CÉLULA TRONCO A SERVIÇO DA BELEZA SERÁ ABORDADO EM CONGRESSO PELO MÉDICO CHARLES SÁ

27 de julho de 2011


O médico cirurgião plástico Dr. Charles Sá, membro especialista titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), abordará o “Uso de célula tronco em cirurgia plástica” no VI Congresso Médico do Nordeste, além do I Simpósio das Ligas Acadêmicas do RN e o I Encontro de Medicina e Arte do RN, que acontece no Hotel Pirâmide na via Costeira, nos dias 6 e 7 de agosto em Natal.

As células-tronco são retiradas das próprias pacientes, durante processo de lipoaspiração. A gordura retirada na lipo é isolada e centrifugada num aparelho importado dos Estados Unidos que pouquíssimos médicos no país possuem. 
  
"Está comprovado que a gordura é rica em células-tronco, principalmente na região da barriga, mas também nas coxas. Em vez de descartar esse material, vamos aproveitá-lo no preenchimento de sulcos da face", explica.  De acordo com Dr. Charles, as principais vantagens das células-tronco, em relação aos preenchimentos com ácido hialurônico (atualmente muito usado nos consultórios) são maior durabilidade e menor risco de rejeição, já que as células-tronco pertencem ao organismos dos próprios pacientes.
  
"Estou realizado por poder oferecer em Natal um procedimento de ponta na cirurgia plástica brasileira", acrescenta Dr. Charles. 
A partir do segundo semestre, o procedimento começará a ser oferecido na Clínica Performa na cidade do Natal/RN.

QUEM TEM MEDO DE ENVELHECER?

13 de julho de 2011

Natale Gontijo de Amorim e Charles Sá*
Envelhecer é um processo contínuo e natural do organismo, cujos mecanismos ainda não foram totalmente elucidados pela ciência. Sabe-se, contudo, que o processo de envelhecimento, assim como o momento da morte, não são unicamente relacionados a fatores genéticos, como se chegou a crer no passado: envelhecer bem ou mal depende de  cuidados com a saúde e a aparência ao longo de toda a vida.

Estatisticamente, as chances de uma vida longa, nos dias de hoje, são grandes, graças a um conjunto de fatores que passa pela melhoria das condições sanitárias na cidades e os avanços da medicina e da farmacologia, mas também da disseminação de informações sobre a importância de se manter uma alimentação adequada e realizar atividades físicas regulares.  No último século, o salto foi imenso: de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1900 apenas 25% dos brasileiros chegavam aos 60 anos; 90 anos depois o percentual saltou para 78% das mulheres e 65% dos homens.

Agora esssa população que vive mais quer também viver melhor e, por que não, aparentar menos idade. Há muito o que se pode fazer, e é preciso começar cedo: a  velocidade de declínio das funções fisiológicas é exponencial, quer dizer, a ocorrência das perdas funcionais é acelerada com o aumento da idade.

Há que se atuar em três frentes, pois o processo de envelhecimento depende fatores de biológicos, mas também psíquicos e sociais que podem acelerar ou retardar o aparecimento e a instalação de doenças e de sintomas característicos da idade senil. Entre os fatores biológicos, destacam-se alterações hormonais, decadência do sistema imunológico, o fotoenvelhecimento da pele e ação dos radicais livres. O combate a esses fatores passa pela realização de check ups periódicos, restrição às gorduras e ao fumo, e capricho no protetor solar.
Recomenda-se o filtro 50 no rosto, já a partir da infância. 

Sabe-se também que os riscos de muitos problemas de saúde comuns na velhice – como doenças cardiovasculares, câncer, osteosporose e diabetes –  diminuem consideravelmente com a atividade física regular. Exercícios como a musculação estimulam a produção de novas células ósseas, pela tração dos músculos aos ossos.
Dentre os fatores sociais que afetam o processo de envelhecimento, podemos citar a aposentadoria precoce, a ociosidade, a exclusão imposta ou autoimposta, tudo isso conduzindo a uma diminuição da atividade mental e da  atividade física – esta última chamada hipocinesia. A hipocinesia leva ao aumento de depósito de gordura corporal e é tida como um dos maiores desencadeadores de processos degenerativos no homem.

Dentre os fatores psicossociais, o que mais acelera o envelhecimento é o estresse. O mecanismo geral de resposta ao estresse  consiste em dois tipos distintos de consequencias bioquímicas:  uma rápida, mediada pelos hormônios noradrenalina e adrenalida, e outra lenta,  mediada pelo hormônio cortisol. A adrenalina fornece a energia necessária ao organismo quando este se encontra na situação de estresse mas, juntamente como a noroadrenalina, provoca também um aumento no débito cardíaco e na pressão arterial. Já o cortisol exerce efeitos sobre o metabolismo da glicose – o que contribui para transformar a gordura em energia e aumentar  o fluxo sanguíneo, mas também pode paralisar as funções reprodutivas e inibir o sistema auto-imune. Por isso o estresse é associado ao maior risco de doenças cardiovasculares.

O envelhecimento da face traz suas primeiras marcas mais significativas ao redor dos 30 anos, quando aparecem as primeiras rugas na testa e os chamados “pés-de-galinha”. Nessa fase, deve-se intensificar a hidratação da pele e já é possível iniciar o uso da toxina botulínica para amenizar as rugas da testa e ao redor dos olhos e, ao mesmo tempo, evitar que se tornem mais profundas. Quando as rugas ao redor da boca começam a aparecer, é possível tratá-las com preenchimentos ou o uso de peelings.  Por volta dos 40, quando a flacidez da pele torna-se mais evidente, indica-se também os compostos com substâncias que aumentam o tônus muscular. É recomendado o uso da vitamina C tópica e dos hidratantes anti-radicais livres e anti-manchas.

Com o estabelecimento de flacidez mais intensa, o tratamento cirúrgico é o mais adequado.  Hoje as técnicas cirúrgicas trazem resultados muito naturais, não deixando estigmas de que uma cirurgia foi realizada. O objetivo da cirurgia é devolver a perda volumétrica das proeminências e redefinir os contornos faciais. Para isso, as diversas técnicas cirúrgicas utilizadas tratam das estruturas profundas, como músculos e bolsas de gordura. 

É certo que não se pode evitar o envelhecimento, porém, podemos interferir na maneira como vamos envelhecer. Pode significar enriquecimento espiritual e uma vida aprazível. A decisão é pessoal e, quanto antes for tomada, melhores serão os resultados.

*Cirurgiões plásticos membros especialistas e titulares da SBCP e autores do livro “Os mistérios da vaidade humana”, a ser lançado pela editora Qualitymark.

O PAPEL DA CIRURGIA PLÁSTICA NA RECUPERAÇÃO DA AUTO-ESTIMA DE EX-OBESOS

12 de julho de 2011

Charles Sá e Natale Gontijo de Amorim
Cada vez mais comum no Brasil, a cirurgia de redução do estômago, também conhecida como cirurgia bariátrica, é apenas o primeiro passo para a recuperação da auto-estima de quem sofre de obesidade. O emagrecimento rápido a acentuado, após esse tipo de procedimento, costuma deixar um excesso de pele que provoca grande desconforto tanto físico como psicológico. É aí que a cirurgia plástica pode ajudar.
Alguns pacientes chegam a perder mais da metade do peso corporal, alguns meses após a cirurgia. Felizes com os quilos perdidos, mas insatisfeitos com a flacidez e ainda inadaptados à nova forma de seus corpos, os ex-obesos necessitam de apoio multidisciplinar para reencontrar sua identidade. Trata-se de um processo muitas vezes doloroso, mas que pode ser tremendamente facilitado pela ajuda psicológica, aliada à prática de um bom programa de educação física, o auxílio de um profissional da área de nutrição e a realização de uma ou mais cirurgias plásticas, dependendo do caso.
A flacidez pode atingir diversas partes do corpo e também a face. Para recuperar a harmonia corporal, podemos planejar a realização das cirurgias de acordo com o desejo do paciente, respeitando os limites anatômicos de cada procedimento. Podemos, por exemplo, realizar inicialmente um lifting na face e pescoço associado à cirurgia do abdômen. 
Após 6 meses, realizamos cirurgia das mamas com ou sem colocação de prótese de silicone associada a cirurgia na parte interna das coxas. E, finalmente, após outros 6 meses, realizamos lipoaspiração de poucas gorduras localizadas e delineamos o contorno dos braços. O planejamento varia de acordo com cada paciente, porém, devemos enfatizar que a cirurgia plástica é fundamental para a recuperação emocional do paciente. Cabe, ainda, frisar que o estado de auto-estima elevada que a cirurgia plástica proporciona é importantíssimo para que o paciente siga a dieta e o programa de exercícios físicos e, assim, mantenha seu peso baixo e estável.
O melhor momento para iniciar as cirurgias é quando o peso do paciente está estabilizado e sua alimentação está normalizada. É importante que o paciente procure um médico de sua confiança, com título da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). É a sociedade que realiza os exames de conhecimento clínico e cirúrgico desses profissionais.
Os exames pré-operatórios incluem a avaliação de problemas como diabetes, anemia, alterações cardiovasculares e trombose – mais freqüentes em quem sofre ou já sofreu de obesidade. O pós-operatório deverá incluir cuidados como a drenagem linfática (pode começar dez dias após a cirurgia), o uso de cinta e de protetores solares na área submetida ao procedimento. A assistência dermatológica ajuda a evitar o escurecimento das cicatrizes e a formação de quelóides.
Logo após a cirurgia, já se nota um grande embelezamento no contorno corporal, embora o resultado final só ocorra em torno de seis meses depois. Pode-se dizer que a partir daí, o paciente inicia uma nova fase de sua vida – mais saudável e com a auto-estima recuperada.
Charles Sá e Natale Gontijo de Amorim são membros titulares da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP)

VAIDADE EM ALTA NO UNIVERSO MASCULINO

11 de julho de 2011

Charles Sá e Natale Gontijo de Amorim*
O estereótipo do homem mal vestido, despenteado e barrigudo perde espaço nos dias de hoje para um novo padrão: o do homem que cuida bem da aparência e da forma física, e não tem vergonha de assumir a própria vaidade. Os homens se tornaram ávidos consumidores roupas, produtos de beleza, procedimentos estéticos e também de cirurgias plásticas. Já respondem por 30% do total dessas cirurgias, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Em números absolutos, as intervenções são 150% mais frequentes do que há vinte anos.
Até poucos anos, os poucos homens que iam aos consultórios de cirurgiões plásticos buscavam ente procedimentos corretivos,  como a retirada de cicatrizes profundas provocadas por acidentes, ou  micro-cirurgias indicadas por outros outros especialistas, como a retirada de tumores. Hoje, o número de cirurgias estéticas já ultrapassa em muito o de cirurgias reparadoras.
A calvície é o maior incômodo, mas também se tornaram comuns cirurgias como a de pálpebras,  a de nariz, a cirurgia de flacidez facial, conhecida como facelifting, e a colocação de próteses nas panturrilhas e na região peitoral. Outra modalidade muito adotada pelo público masculino é a lipoaspiração da região da cintura e do abdômen para a retirara de pneus indesejáveis. Depois que o craque Ronaldinho assumiu publicamente ter feito uma lipo, no ano passado, muitos homens deixaram de esconder que adotaram o mesmo procedimento.
Além das cirurgias propriamente ditas, tratamentos estéticos como a aplicação de toxina butulínica para amenizar rugas e marcas de expressão, o preenchimento de vincos da face e os peelings ganham, a cada dia, mais adeptos do sexo masculino. Eles também procuram a depilação definitiva da barba, tórax e orelhas.  Está em alta se cuidar, independentemente da opção sexual.
Nas relações pessoais, sociais e profissionais, também é percebida uma valorização dos indivíduos que aparentam sinais de beleza e saúde física e mental. Ser bonito e se apresentar bem, apontam os especialistas, facilita o sucesso nos negócios e na vida pessoal, como indicam pesquisas recentes realizadas em algumas das mais prestigiadas universidades do mundo.
É preciso enfatizar que não fazemos uma apologia dos excessos cometidos em nome da beleza – para homens nem para mulheres –, tampouco acreditamos que a aparência seja mais importante do que outras características como a inteligência, o caráter e a elegância.  Cabe ao cirurgião orientar seu paciente em relação aos limites que a boa técnica impõe, inclusive recusando pacientes que  tenham demandas consideradas exageradas ou irreais. Por outro lado, ficamos satisfeitos de constatar que os homens estão se cuidando mais e já se sentem mais livres para assumir a própria vaidade sem medo de preconceito.

Membros especialistas titulares da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e autores do livro “Os mistérios da vaidade humana”, da editora Qualitymark.

CIRURGIA PLÁSTICA E ACEITAÇÃO SOCIAL

10 de julho de 2011

Charles Sá*
Vez por outra acontece de uma paciente ir ao meu consultório com idéia de fazer uma cirurgia plástica, mas sem saber exatamente de que parte. “O que o senhor acha que devo mudar para ficar mais bonita?”, perguntam, explicando que “chegou a idade da cirurgia plástica” e que “as amigas estão todas correndo para os consultórios”.
A história ilustra uma característica desconcertante da época em que vivemos. Constato que submeter-se a uma plástica tornou-se símbolo de status –  quase uma obrigação entre homens, mas principalmente mulheres, de classes sociais mais abonadas. Embora ganhe a vida como cirurgião e adore tornar as pessoas mais bonitas e confiantes por meio do meu bisturi, me inquieta perceber que muitos pacientes procuram a plástica para cumprir um certo rito social. 
Há ainda os que vão ao cirurgião como quem procura o emissor de um passaporte para o sucesso, numa sociedade de valores embaralhados, em que a beleza tornou-se característica vital para o êxito na profissão e a conqusita da felicidade. Não podemos tanto...
Como posso dizer a uma pessoa que característica física ela deve mudar para ficar melhor? Só deve ser modificado algo que nos incomoda, como saber isso pelo outro? O cirurgião não deve ser visto com um expert em estética, crítico de arte a limpar imperfeições conforme o padrão estético vigente. Ao contrário, ele pode ajudar a tornar pessoas melhores dentro do que são, sem descaracterizá-las. O cirurgião também não tem poderes mágicos de transformar frustrações em sucesso, como, no fundo, desejam alguns pacientes.
Não me canso de dizer: não adianta ter a boca da atriz , o nariz da y, o seios da z, se eles não combinam com o tipo físico da paciente. Vejo que muitas buscam uma beleza idealizada na esperança de memitizar, junto com as características físicas das artistas, a vida glamourosa que elas levam. Nada mais equivocado.
A maioria das pessoas não sabe que boa parte das celebridades adora fazer plástica e dizer que não fez e quase sempre declara nas revistas que “usa só uns creminhos”, “quase não se exercita” e “come de tudo” para construir uma imagem delineada por especialistas em comunicação e marketing. Deuses do Olimpo são  bonitos por natureza, diz o mito; atores famosos são os olimpianos do nosso tempo. Que os nossos pacientes saibam disse e saibam ser críticos e conscientes, na hora de procurar uma cirugia.
*Cirurgião plástico, lança em abril, no Rio, o livro “Os mistérios da Vaidade Humana”, pela editora Qualitymark, em com co-autoria com a Dra. Natale Gontijo de Amorim.

CIRURGIA PLÁSTICA NA ADOLESCÊNCIA, UMA EPIDEMIA PREOCUPANTE

7 de julho de 2011

Charles Sá  e Natale Gontijo de Amorim*

De cada 100 brasileiros submetidos a cirurgias plásticas no Brasil, 15% têm idade entre 14 e 18 anos, segundo estatísticas da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Insatisfeitos com o próprio rosto ou corpo, e sentindo-se inseguros com as mudanças corporais e psicológicas que atravessam, cada vez mais jovens procuram os consultórios dos cirurgiões. O número saltou de 5 mil cirurgias realizadas, em 1994, para 30 mil apenas cinco anos depois. Em 2005, o aumento foi ainda mais acentuado: foram 97,5 mil cirurgias nesta na faixa etária. Mas o que esses números representam, afinal? E como um pai ou mãe devem agir, se um filho insistir em se submeter a uma plástica que lhe pareça precipitada ou desnecessária?
A adolescência é uma fase de busca de identidade, referências e, principalmente, aceitação social. Assemelhar-se a alguém admirado, um artista ou esportista, por exemplo, muitas vezes parece o caminho natural para a conquista da admiração dos colegas. A mídia dissemina um padrão de beleza inatingível pela maior parte das pessoas, e os jovens sofrem quando não se enquadram nele. Nas novelas, nas revistas e nos filmes, as mulheres precisam ser magras, muito magras, ter seios fartos e cabelos lisos, de preferência louros. Os homens devem ser altos e atléticos, de traços marcantes, porém delicados.
Na busca por uma aparência idealizada, muitos jovens chegam a se impor comportamentos de risco, como regimes severos ou excesso de exercícios físicos. Seios pequenos ou acima do padrão podem ser motivo de forte vergonha ou má postura. Um nariz mais avantajado torna-se justificativa para o isolamento social. É o que relatam dezenas de pais. “Minha filha não põe biquíni”; “A caçula diz que se parece com uma tábua, que nunca vai arranjar namorado”; “Meu filho se acha horroroso, atualmente pouco sai de casa”, são falas recorrentes. Entre as moças, os problemas costumam ser ainda mais freqüentes que entre os rapazes.
Preocupados com os filhos, muitos acabam cedendo aos insistentes pedidos para procurar ajuda dos cirurgiões plásticos, mesmo quando não concordam com as queixas apresentadas. Têm a esperança de que, depois da cirurgia, as coisas melhorem. Em casos bem indicados isso de fato ocorre, ou seja, a cirurgia plástica pode trazer benefícios tanto do ponto de vista físico quanto psicológico. Um caso clássico em que a imagem do jovem ou até da criança podem provocar desajustamento social é o das orelhas de abano – problema solucionado com uma cirurgia simples que pode ser realizada a partir dos 6 anos de idade. Há também os casos de correção de hipertrofia mamária, mamas grandes e desproporcionais que, além de inestéticas, comprometem a postura e podem interferir no aspecto psicossocial. Essa cirurgia pode ser realizada aos 16, 17 anos – quando o desenvolvimento das mamas está completo. Podemos citar ainda o aumento de mamas em adolescentes masculinos, conhecido como ginecomastia, cujo tratamento cirúrgico traz imensos benefícios.
Na mão inversa, não são indicadas lipoaspirações em pacientes acima do peso com o objetivo de emagrecimento – aliás, nem mesmo entre adultos – tampouco intervenções mais radicais na face. Cada caso deve ser analisado individualmente, procurando avaliar quando a queixa do jovem parece associada a algum distúrbio de imagem ou é despropositada, e quando de fato representa um problema real. Em casos de queixas irreais, é recomendável que a família leve o adolescente para uma avaliação psicológica, e a cirurgia é retardada ou proscrita.
Todo paciente adolescente que trilha o caminho da busca da melhoria de sua imagem deve ser abordado com muito critério. O cirurgião deve estabelecer uma relação em que haja clareza de intenções quanto ao procedimento e estejam descartados modismos e processos de mimetismo de imagem.
A nosso ver, os excessos cometidos em nome da busca de aceitação estão relacionados a um problema que não é individual e sim social, com raízes em comum com doenças como a anorexia e a bulimia, de incidência crescente na atualidade. A questão está relacionada a uma crise de valores dos jovens, numa sociedade que aprendeu a valorizar mais a imagem do que o conteúdo e tem dificuldades para aceitar a beleza das diferenças. 
* Cirurgiões plásticos membros titulares da SBCP e autores do livro “Os mistérios da vaidade humana”, a ser lançado pela Qualitymark.

VAIDADE:O REAL E A FICÇÃO

4 de julho de 2011

A cirurgia estética ganhou espaço em nome da associação que se faz entre a boa aparência e o alcance do sucesso e da felicidade. Por Natale Gontijo de Amorim e Charles Sá*

A vaidade é um dos sete pecados capitais. Mas não falta quem queira “vender a alma ao diabo” ou enfrentar a culpa no confessionário em nome desse sentimento tão humano que encabeça a lista dos mais condenáveis. O difícil é definir a linha tênue que separa o saudável do excessivo, o limite. Até onde se pode ir em nome de uma aparência mais agradável aos olhos dos outros e, mais importante ainda, aos nossos próprios olhos. Este limite que, se ultrapassado, pode resultar em consequências graves tanto físicas quanto psíquicas.
É fato que a cirurgia estética ganhou espaço em nome da associação que se faz entre a boa aparência e o alcance do sucesso e da felicidade. Pesquisas feitas ao longo dos anos demonstraram que realmente existe uma relação de causa e efeito entre a beleza e a facilidade de trânsito pela vida de forma mais assertiva.
Mas, na contramão desse modelo de perfeição ditado nos últimos anos pela sociedade, vem lentamente surgindo um novo padrão estético que valoriza as imperfeições. E essa tendência já se faz notar entre as top-models. A holandesa Lara Stone é uma das que souberam tirar vantagem do suposto defeito, os dentes separados (diastema), para estampar capas de algumas das principais revistas de moda e fazer campanhas de grifes famosas. Nessa mesma esteira ou tapete vermelho, se pode citar atrizes de renome como Meryl Streep, Sarah Jessica Parker, entre outras, que fogem do padrão de beleza há muito estabelecido. O que comprova que o sucesso vem de dentro, de uma autoestima bem trabalhada. E, é exatamente nesse ponto em que a cirurgia plástica e a psicologia se encontram para que algumas imperfeições se tornem atributos de força.
É claro que posturas antigas diante da aparência não mudam de uma hora para outra. No carnaval deste ano, assistindo ao desfile da Marquês de Sapucaí, notamos que o padrão mulher biônica ainda está em alta, pelo menos no Rio de Janeiro. No entanto, temos frequentemente atendido mulheres e homens antenados com um novo movimento. Eles estão interessados em melhorar a aparência sim, mas com intervenções mínimas que os tornem mais reais e menos parecidos com personagens de ficção de histórias em quadrinhos ou desenhos animados.
*Membros especialistas titulares da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e autores do livro “Os mistérios da vaidade humana”, da editora QualityMark.


Site: Opinião e Notícia | 17/04/2011

MÉDICA ESCLARECE DÚVIDAS SOBRE CIRURGIA PLÁSTICA E INDICA A HORA CERTA DE FAZER UM LIFTING

2 de julho de 2011

Conheça as novas técnicas e recomendações para cada caso

A idade certa para fazer uma cirurgia plástica não existe, mas alguns fatores podem ajudar a escolher o melhor momento para tomar a decisão de fazer um lifting. A convite do site do Globo, a cirurgiã plástica Natale Gontijo de Amorim, professora da Pós-Graduação em Cirurgia Plástica da PUC-Rio/ Instituto Carlos Chagas e integrante da equipe do Dr. Ivo Pitanguy respondeu as principais dúvidas das leitoras sobre o tema.

:: Existe uma idade ideal para se fazer um lifting? Que fatores vão determinar o momento da cirurgia?
Primeiro temos que analisar os fatores que levam ao envelhecimento da pele para decidir o momento certo da plástica. A exposição ao sol sem uso de protetor solar, o fumo e uma alimentação ruim são fatores que aceleram a flacidez e o aparecimento de rugas. Problemas de pele, mais especificamente a acne severa com formação de cistos mais profundos, causam a ruptura das fibras elásticas e geram uma flacidez também. Além disso, o fator genético é importante. Dependendo destes fatores, o envelhecimento pode ocorrer mais depressa ou mais devagar, mas podemos dizer que a partir dos 45 a 50 anos um paciente pode começar a ter indicação de lifting facial.

:: Quais as técnicas de lifting mais usadas no país?
Há uma variação muito grande de técnicas. Algumas atuam apenas na pele, outras são mais agressivas e descolam o periósteo (a membrana que reveste o osso), chamada de lifting subperiostal.

:: Existem técnicas que deixam o lifting menos artificial?
Com certeza. Uma técnica em que você descola menos pele e atua na gordura e nos músculos, apenas reposicionando estas estruturas e não modificando suas características com cortes ou retiradas excessivas são técnicas mais suaves.

:: Muitas clínicas estão anunciando a 'plástica de fim de semana'. É arriscado?
Sinceramente nem imagino o que seja isto, pois uma cirurgia demanda um tempo de recuperação de 20 a 30 dias. Se o paciente fica internado 1 ou 2 dias no hospital, porém, depois deve ter um afastamento de suas atividades mais pesadas (como ginástica, dirigir, esforços vigorosos) por período em torno de 3 semanas.Se não seguir as orientações do médico, o paciente pode ter problemas graves, inclusive com perda do resultado cirúrgico.

:: O que é o lifting tridimensional?
É um tipo de lifting que trata o face e pescoço pensando em três dimensões, comprimento, largura e volume. Reposicionamos as estruturas que caíram, como pele e musculatura, elevando-as. Assim diminuimos o comprimento da face envelhecida e aumentamos a largura ao nível das maçãs do rosto. Pense que o rosto envelhecido está caído e tem o formato retangular, enquanto o rosto jovem é um triângulo invertido, cheio nas bochechas e mais fino ao nível da mandíbula e pescoço. Além de tratarmos o comprimento e a largura, também pensamos no volume da face.

:: Cuidados para garantir o resultado ideal?
Não fumar e nem ficar perto de fumantes 30 dias antes e depois da cirurgia. Cuidar da pele com protetor solar, hidratantes e acompanhamento dermatológico antes e depois da plástica, além de afastamento de suas atividades mais pesadas que exigem esforço físico por período em torno de três semanas após a cirurgia. E claro, seguir sempre as orientações de seu médico.


Veículo: site O Globo | Data:  12/04/2010 | Seção: Saúde