O estereótipo do homem mal vestido, despenteado e barrigudo perde espaço nos dias de hoje para um novo padrão: o do homem que cuida bem da aparência e da forma física, e não tem vergonha de assumir a própria vaidade. Os homens se tornaram ávidos consumidores roupas, produtos de beleza, procedimentos estéticos e também de cirurgias plásticas. Já respondem por 30% do total dessas cirurgias, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Em números absolutos, as intervenções são 150% mais frequentes do que há vinte anos.
Até poucos anos, os poucos homens que iam aos consultórios de cirurgiões plásticos buscavam ente procedimentos corretivos, como a retirada de cicatrizes profundas provocadas por acidentes, ou micro-cirurgias indicadas por outros outros especialistas, como a retirada de tumores. Hoje, o número de cirurgias estéticas já ultrapassa em muito o de cirurgias reparadoras.
A calvície é o maior incômodo, mas também se tornaram comuns cirurgias como a de pálpebras, a de nariz, a cirurgia de flacidez facial, conhecida como facelifting, e a colocação de próteses nas panturrilhas e na região peitoral. Outra modalidade muito adotada pelo público masculino é a lipoaspiração da região da cintura e do abdômen para a retirara de pneus indesejáveis. Depois que o craque Ronaldinho assumiu publicamente ter feito uma lipo, no ano passado, muitos homens deixaram de esconder que adotaram o mesmo procedimento.
Além das cirurgias propriamente ditas, tratamentos estéticos como a aplicação de toxina butulínica para amenizar rugas e marcas de expressão, o preenchimento de vincos da face e os peelings ganham, a cada dia, mais adeptos do sexo masculino. Eles também procuram a depilação definitiva da barba, tórax e orelhas. Está em alta se cuidar, independentemente da opção sexual.
Nas relações pessoais, sociais e profissionais, também é percebida uma valorização dos indivíduos que aparentam sinais de beleza e saúde física e mental. Ser bonito e se apresentar bem, apontam os especialistas, facilita o sucesso nos negócios e na vida pessoal, como indicam pesquisas recentes realizadas em algumas das mais prestigiadas universidades do mundo.
É preciso enfatizar que não fazemos uma apologia dos excessos cometidos em nome da beleza – para homens nem para mulheres –, tampouco acreditamos que a aparência seja mais importante do que outras características como a inteligência, o caráter e a elegância. Cabe ao cirurgião orientar seu paciente em relação aos limites que a boa técnica impõe, inclusive recusando pacientes que tenham demandas consideradas exageradas ou irreais. Por outro lado, ficamos satisfeitos de constatar que os homens estão se cuidando mais e já se sentem mais livres para assumir a própria vaidade sem medo de preconceito.
Membros especialistas titulares da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e autores do livro “Os mistérios da vaidade humana”, da editora Qualitymark.
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