Cada vez mais comum no Brasil, a cirurgia de redução do estômago, também conhecida como cirurgia bariátrica, é apenas o primeiro passo para a recuperação da auto-estima de quem sofre de obesidade. O emagrecimento rápido a acentuado, após esse tipo de procedimento, costuma deixar um excesso de pele que provoca grande desconforto tanto físico como psicológico. É aí que a cirurgia plástica pode ajudar.
Alguns pacientes chegam a perder mais da metade do peso corporal, alguns meses após a cirurgia. Felizes com os quilos perdidos, mas insatisfeitos com a flacidez e ainda inadaptados à nova forma de seus corpos, os ex-obesos necessitam de apoio multidisciplinar para reencontrar sua identidade. Trata-se de um processo muitas vezes doloroso, mas que pode ser tremendamente facilitado pela ajuda psicológica, aliada à prática de um bom programa de educação física, o auxílio de um profissional da área de nutrição e a realização de uma ou mais cirurgias plásticas, dependendo do caso.
A flacidez pode atingir diversas partes do corpo e também a face. Para recuperar a harmonia corporal, podemos planejar a realização das cirurgias de acordo com o desejo do paciente, respeitando os limites anatômicos de cada procedimento. Podemos, por exemplo, realizar inicialmente um lifting na face e pescoço associado à cirurgia do abdômen.
Após 6 meses, realizamos cirurgia das mamas com ou sem colocação de prótese de silicone associada a cirurgia na parte interna das coxas. E, finalmente, após outros 6 meses, realizamos lipoaspiração de poucas gorduras localizadas e delineamos o contorno dos braços. O planejamento varia de acordo com cada paciente, porém, devemos enfatizar que a cirurgia plástica é fundamental para a recuperação emocional do paciente. Cabe, ainda, frisar que o estado de auto-estima elevada que a cirurgia plástica proporciona é importantíssimo para que o paciente siga a dieta e o programa de exercícios físicos e, assim, mantenha seu peso baixo e estável.
O melhor momento para iniciar as cirurgias é quando o peso do paciente está estabilizado e sua alimentação está normalizada. É importante que o paciente procure um médico de sua confiança, com título da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). É a sociedade que realiza os exames de conhecimento clínico e cirúrgico desses profissionais.
Os exames pré-operatórios incluem a avaliação de problemas como diabetes, anemia, alterações cardiovasculares e trombose – mais freqüentes em quem sofre ou já sofreu de obesidade. O pós-operatório deverá incluir cuidados como a drenagem linfática (pode começar dez dias após a cirurgia), o uso de cinta e de protetores solares na área submetida ao procedimento. A assistência dermatológica ajuda a evitar o escurecimento das cicatrizes e a formação de quelóides.
Logo após a cirurgia, já se nota um grande embelezamento no contorno corporal, embora o resultado final só ocorra em torno de seis meses depois. Pode-se dizer que a partir daí, o paciente inicia uma nova fase de sua vida – mais saudável e com a auto-estima recuperada.
Charles Sá e Natale Gontijo de Amorim são membros titulares da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP)
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